segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Por que estudar a historia dos surdos

Lendo os textos indicados pela interdisciplina Libras, percebi que é bastante pertinente estudar a historia dos surdos, seus movimentos ao longo da historia para que se tenha conhecimento das ‘cicatrizes’ que os atos preconceituosos contra esta comunidade deixaram, possibilitando que eu me sentisse um pouco responsável na luta por esta causa, que eu possa utilizar a historia como suporte para evitar o erro diante da comunidade surda e sua cultura. Percebi como absurda a decisão tomada no Congresso Internacional de Surdo-Mudez em Milão, na Itália, proibindo a língua dos sinais, principalmente por ser em 1880, tantos anos após já se saber que não existe outro meio para a comunicação cotidiana, rápida com os surdos se não através da língua dos sinais, das expressões faciais e corporais. Para evitar erros no presente e futuro devemos estudar os erros do passado, nesta perspectiva foi bastante valida conhecer um pouco desta historia de tristezas, lutas e vitorias.

Aprendizagem e capacidade cognitiva

Apesar de ter estudado durante este semestre bons textos referentes a EJA (Educação de Jovens e Adultos) ainda é uma ‘área’ que me causa certa insegurança para fazer registros, mas vamos lá! Compreendo que todos os seres humanos pensam de forma adequada, semelhante, que o funcionamento cognitivo é o mesmo e, portanto a diferença que se percebe no processo de aprendizagem de cada ser humano, onde alguns aprendem com maior facilidade que os outros, dependem não somente da capacidade cognitiva humana, segundo Marta Kohl, no texto ‘Jovens e Adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem’, o que auxilia o desenvolvimento das aprendizagens são as relações sociais e culturais do individuo. Quando se fala que o adulto tem maior dificuldade de aprendizagem, na verdade não esta falando na sua capacidade cognitiva em si só, mas que as experiências de vida do sujeito são fatores importantes no seu processo de aprendizagem. O perfil dos estudantes de EJA é basicamente o mesmo, adultos que trabalharam durante a infância e adolescência na zona rural, normalmente em cidades empobrecidas, que vão para a cidade e se vem obrigados a entrar no ritmo, já os jovens na maioria dos casos já são moradores das cidades, freqüentaram alguns anos do ensino regular e possuem contato com diversos grupos sociais, estes fatores são provavelmente o que determinam o processo de aprendizagem. Portanto é importante que o educador considere a realidade de cada um dos alunos, que através do diálogo conheça-os e realize um trabalho de alfabetização e educação que vise a transformação da realidade destes alunos, considerar suas experiências, mas instigá-los a buscar uma nova realidade, utilizar o conhecimento que ele já possui para proporcionar novas aprendizagens, construir uma relação de confiança com este alunado que é bem mais difícil manter na sala de aula, pois compete com a vida já estabelecida e com históricos longos de vida.

Decroly-Freire

Pelo que entendi após a leitura de Pedagogia da autonomia somos seres inacabados, aprendemos sempre, e Pedagogia do Oprimido (ambos os livros são de Paulo Freire) aprende-se através de temas geradores, temas que sejam do interesse do individuo, nesta linha de pensamento, conhecendo um pouco de Ovide Decroly, percebi algumas relações, onde Decroly utiliza o termo centros de interesse, seriam eles os mesmos temas geradores de Freire? Decroly defendeu a escola que prepara a criança para a vida em sociedade, com coisas do dia-a-dia, dentro dos seus interesses, para ele a necessidade gera o interesse, e ambos geram a aprendizagem. Para Freire a educação se dá a partir de temas que sejam de interesse dos alunos, os chamados temas geradores, que geram reflexões. A diferença é que Freire trabalha a questão da reflexão, e Decroly com a técnica, utilização do trabalho manual, as escolas oficinas, que atendiam aos interesses dos alunos e que permitiam a colaboração e aprendizagens interdisciplinares. Outro ponto em que os pensadores se assemelham é quanto ao domínio da palavra, da linguagem como meio de transformação e expressão. Estas foram algumas reflexões a partir das leituras indicadas pelas interdisciplina, mas sigo relendo, há muito para aprender ainda, são registros para serem repensados. Fiz-me clara? Estou no caminho?

Temas geradores

Temas geradores são aquilo que prendem o aluno a aprendizagem, é o que o professor só encontrará dialogando com o aluno, pois consiste no que dá sentido a visão de mundo do aluno, é o que está na opinião dele, o que ressalta quando o aluno revela seu pensamento-linguagem e que tem relação direta com a sua realidade.
Através de estratégias como a do diálogo e temas geradores o professor tem a possibilidade de fazer relações de conteúdo e centros de interesse do educando, facilitando a aprendizagem, e fazendo com que o aluno perceba a importância da aprendizagem para sua vida e de sua comunidade.

Dialogo-Linguagem

Desde pequenos freqüentamos outros grupos além da turma do colégio, seja na igreja, no parquinho, com a família, enfim, mantemos contato com outras pessoas além da população escolar, e esta convivência múltipla nos proporciona muitas aprendizagens, muitas trocas e descobertas, e se valorizadas dentro da escola que é uma agencia de letramento, sem duvida o individuo aprenderá o que tem relação com seu contexto social.
A escola deveria falar a língua do aluno, para que ele aprendesse a língua da escola, considero hoje após ler alguns artigos e obras de Paulo Freire que o diálogo e a sintonia entre a escola e o aluno são a melhor forma de se trabalhar a linguagem materna com os alunos.

domingo, 11 de outubro de 2009

Libras

Aprendi que a linguagem dos sinais é essencial para a inclusão dos surdos na sociedade, fala-se muito na inclusão, mas ainda não estamos preparados para receber pessoas com necessidades especiais (educacionais ou não). Digo necessidade, mas na verdade a necessidade é nossa, dos ouvintes, porque somos nós é que precisamos acolher a comunidade surda. Penso que Libras deveria ser tratadas como um idioma estrangeiro, como obrigatoriedade no currículo. Sei do quanto é complexo por este ideal em pratica, mas uma longa viagem começa com um primeiro passo. Um exemplo para um primeiro passo é a desmistificação das crenças contra os surdos dentro das salas de aulas. Aqui em meu município não é comum vermos surdos nas escolas e na comunidade em si, claro que existem, mas a convivência é rara e os surdos mais conhecidos são tratados com descaso, são ignorados, pois as pessoas pensam que não vale a pena tentar se comunicar, é como se eles fossem incapazes de entender ou aprender, e na verdade sabe-se que isto não é verídico. A disciplina de Libras e ter uma professora surda vem me fazendo observar com mais atenção a comunidade surda do meu município e refletir sobre a posição deles dentro da sociedade.

Linguagem e Educação

Compreendi que as crianças pequenas quando contam suas historias, misturam realidade com ficção constantemente não por estarem mentindo, mas na verdade elas estão apenas organizando seus pensamentos e descobertas. Suas narrativas trazem personagens fictícios e fatos que viveram ou ouviram, pois elas estão ainda assimilando suas experiências ao que acontece ao redor. Quando ‘inventam’ alguns fatos, que subiram montanhas, ou coisas que só acontecem em filmes, elas estão se colocando em outras posições para que possam sentir aquelas emoções, buscando entender seus próprios sentimentos, e em que momento cada um deles atua. Nós adultos às vezes tememos que as crianças cresçam e a invenção de fatos tornem-se um problema na vida adulta dela, mas na verdade isto não acontece, estas historias são apenas subsídios para o enriquecimento do processo de aprendizagem das crianças. Não devemos questionar se o que a criança esta contando é verdade ou mentira, mas sim pedir mais detalhes e viajar com a criança para aquele mundo que ela nos apresenta. Não criar conclusão precipitada também contribui muito para este trabalho, pois não é porque a criança contou que atirou alguém ou algo na piscina que alguém fez isso com ela em casa.

EJA

Quanta responsabilidade tem um professor de EJA, diante de alunos com um histórico de vida muitas vezes carregados de dificuldades enfrentadas, considerando ainda todo o desgaste físico que o trabalho proporciona, as reprovações, a evasão, os adolescentes que freqüentam por obrigatoriedade, muitas vezes sem boas perspectivas de vida, entre tantas outras coisas.
Deve-se considerar a leitura de mundo que aluno já possui as dificuldades, e principalmente os interesses, a partir daí o educador deve buscar alfabetizar este jovem ou adulto, mas sem esquecer-se de trabalhar com os alunos porque é importante ler e escrever. Deve-se conscientizar o aluno que ele é responsável por seu conhecimento, cada um de nos desenvolve as aprendizagens através das experiências vividas.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Meu grupo que vem desenvolvendo um PA a partir da questão: Como trabalhar a partir de Projetos de Aprendizagens nas séries iniciais? categorizou o texto Perguntas Inteligentes: O que é isto? De Beatriz C. Magdalena e Íris E. Tempel Costa. Durante a discussão entendi que se aprende a partir de algo que nos desestruture, que nos deixe num primeiro momento sem resposta, mas que instigue a buscar tal resposta. Exemplo disso, percebo agora nosso próprio PA, nossa duvida é como trabalhar com os pequenos um projeto de aprendizagem. Já sei que deve partir da curiosidade do aluno. Entendi que o conhecimento ‘acontece’ no tempo dos alunos, que depende das desestruturações, a partir de suas duvidas, confirmação ou desaprovação de questionamentos quanto as suas próprias hipóteses. Durante o desenvolvimento do projeto as questões, as contradições, divergências se convertem em algo bastante positivo, pois é o que move o projeto e desencadeia a aprendizagem do aluno, pois há a troca de idéia e revisão de conceitos, até que se chegue a uma resposta que satisfaça ao grupo, ou a uma nova questão. O agente que proporciona o conhecimento é na verdade o processo de busca por respostas.

domingo, 10 de maio de 2009

Muitas vezes erramos tentando acertar, em vários âmbitos acontece assim, com qualquer pessoa, e na educação não seria diferente, até creio que a educação possa ser umas das áreas que mais se permita a errar na busca pelo acerto.
Ao julgar o professor do filme O Clube do Imperador, digo que ele não age como ensina, com honestidade. Mas pensando melhor, age sim, pois age dentro da sua razão, e o que é certo pra mim talvez não seja pra outro. Apontar culpados é fácil quando não se está entre um caso a ser resolvido. É preciso se colocar no lugar do outro para entender o porquê de certas atitudes, quando o professor altera as notas, pensa em valorizar aluno que aparentou empenho, e entendo que foi uma atitude talvez inconseqüente por não ter pensando no aluno que, de fato merecia ir para a final do concurso.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Filosofia da educação tem contribuido muito não apenas para repensar questões em relação a eucacção e as interdisciplinas, tenho percebido o quanto desenvolvi o habito de me auto-questionar, repensar se o que eu disse foi de fato o que eu queria dizer, se o que escrevi era a ideia que eu queria expressar. Reconheço que tenho muito a aprender e desenvolver, mas me percebo mais paciente e, segura quando escrevo e busco argumentos para defender minha opinião.


Ser aquilo que somos e virmos a ser aquilo que somos capazes de vir a ser, eis a única finalidade da vida.
(Robert Louis Stevenson)

domingo, 3 de maio de 2009

A cada página uma nova inquietação, de repente tudo que eu sabia já não é mais aquilo.
Tudo muito complexo... E inclusão não é mais somar, incluir, aumentar, é interagir!
Não basta aumentar o numero o alunos, eles precisam se conhecer, se respeitar, compreender e interagir, e para o educador não basta apenas desejar, precisamos assumir uma arriscada responsabilidade e se por a premio, nos preparar para lidar com uma nova realidade que morosamente vem se fazendo presente nas escolas: a inclusão de alunos portadores de necessidades educacionais especiais.

terça-feira, 21 de abril de 2009

ANCESTRALidade

Quando eu soube que estudaríamos ancestralidade, pensei que seria uma tarefa fácil, mas agora compreendo que o significado desta palavra é bem mais complexo do que parece.
Antes das propostas de atividade e dos textos da interdisciplina de questões étnico-raciais, eu considerava como ancestral/ancestralidade, apenas os parentes que nasceram antes de mim: pais, avós, bisavós, enfim, pensava que era o grau de parentesco e nada mais. Porém, hoje percebo que ancestralidade, é o que estes parentes possuem de relação comigo. Vejo ancestralidade como a relação do que eles foram com o que eu sou, quem eu sou, desde raça, etnia, classe social, ou seja, sou produto da minha ancestralidade.
Então, ancestralIDADE, é uma marca(cultura/historia)dos povos, que percorre com as familias até o fim ou, miscigenação das raças.