domingo, 11 de outubro de 2009

Libras

Aprendi que a linguagem dos sinais é essencial para a inclusão dos surdos na sociedade, fala-se muito na inclusão, mas ainda não estamos preparados para receber pessoas com necessidades especiais (educacionais ou não). Digo necessidade, mas na verdade a necessidade é nossa, dos ouvintes, porque somos nós é que precisamos acolher a comunidade surda. Penso que Libras deveria ser tratadas como um idioma estrangeiro, como obrigatoriedade no currículo. Sei do quanto é complexo por este ideal em pratica, mas uma longa viagem começa com um primeiro passo. Um exemplo para um primeiro passo é a desmistificação das crenças contra os surdos dentro das salas de aulas. Aqui em meu município não é comum vermos surdos nas escolas e na comunidade em si, claro que existem, mas a convivência é rara e os surdos mais conhecidos são tratados com descaso, são ignorados, pois as pessoas pensam que não vale a pena tentar se comunicar, é como se eles fossem incapazes de entender ou aprender, e na verdade sabe-se que isto não é verídico. A disciplina de Libras e ter uma professora surda vem me fazendo observar com mais atenção a comunidade surda do meu município e refletir sobre a posição deles dentro da sociedade.

Linguagem e Educação

Compreendi que as crianças pequenas quando contam suas historias, misturam realidade com ficção constantemente não por estarem mentindo, mas na verdade elas estão apenas organizando seus pensamentos e descobertas. Suas narrativas trazem personagens fictícios e fatos que viveram ou ouviram, pois elas estão ainda assimilando suas experiências ao que acontece ao redor. Quando ‘inventam’ alguns fatos, que subiram montanhas, ou coisas que só acontecem em filmes, elas estão se colocando em outras posições para que possam sentir aquelas emoções, buscando entender seus próprios sentimentos, e em que momento cada um deles atua. Nós adultos às vezes tememos que as crianças cresçam e a invenção de fatos tornem-se um problema na vida adulta dela, mas na verdade isto não acontece, estas historias são apenas subsídios para o enriquecimento do processo de aprendizagem das crianças. Não devemos questionar se o que a criança esta contando é verdade ou mentira, mas sim pedir mais detalhes e viajar com a criança para aquele mundo que ela nos apresenta. Não criar conclusão precipitada também contribui muito para este trabalho, pois não é porque a criança contou que atirou alguém ou algo na piscina que alguém fez isso com ela em casa.

EJA

Quanta responsabilidade tem um professor de EJA, diante de alunos com um histórico de vida muitas vezes carregados de dificuldades enfrentadas, considerando ainda todo o desgaste físico que o trabalho proporciona, as reprovações, a evasão, os adolescentes que freqüentam por obrigatoriedade, muitas vezes sem boas perspectivas de vida, entre tantas outras coisas.
Deve-se considerar a leitura de mundo que aluno já possui as dificuldades, e principalmente os interesses, a partir daí o educador deve buscar alfabetizar este jovem ou adulto, mas sem esquecer-se de trabalhar com os alunos porque é importante ler e escrever. Deve-se conscientizar o aluno que ele é responsável por seu conhecimento, cada um de nos desenvolve as aprendizagens através das experiências vividas.