domingo, 17 de outubro de 2010

SEMANA 4

Durante esta semana busquei resgatar um pouco das aprendizagens nas interdisciplinas de Artes e Ludicidade durante o planejamento e aplicação das aulas.
Através da aula em que apresentei o pintor Ernane Cortat e seu estilo de pintar, intencionava trazer uma nova forma de trabalhar artes com as crianças, que elas pudessem conhecer novos estilos de pintura, uma obra de arte, compreender que existem pessoas que tem arte como profissão, enfim, imaginei aproximá-las da idéia de usar a arte como forma de expressão, porém, não obtive sucesso devido à falta de domínio sobre a turma, que pouco ouviu sobre a biografia e o estilo do pintor apresentado.
Por outro lado, no dia seguinte, quando dialoguei ludicidade com ao ensino da matemática, objetive mais sucesso, já que o jogo rouba a atenção das crianças e mesmo que em alguns momentos seja necessário paralisar a aula para chamar atenção o desenvolvimento e compreensão das atividades acontece de forma mais fácil e prazerosa. Nesta perspectiva, a idéia que a interdisciplina Ludicidade na Educação nos traz de que é possível direcionar o jogo a favor da educação, se comprovou durante a aplicação do ‘Jogo do Armário’.
Foi bastante positivo ainda a conversa que tive com as crianças no dia anterior a visita do escritor Alexandre Brito, onde retomei ao livro Circo Mágico, recontei a poesia dos palhaços e instiguei as crianças fazerem perguntas ao autor para conhecermos melhor.
Surgiram algumas questões na qual no dia do encontro com o escritor eu lembrei as crianças, e as perguntas elaboradas por eles eram:
-Por que um filho do palhaço era triste?
-Alexandre você tem apelido? Qual?
-Você fala inglês e espanhol?
-Você trabalha no circo?
O exercício da interdisciplinaridade e relação teoria e prática ainda me desafiam, mas apesar dos erros, estes momentos em que percebo que consegui atingir um mínimo do planejado, me fazem continuar resgatando as interdisciplinas estudadas e estar aberta para as sugestões dos meus formadores, ansiando sempre enriquecer minha formação profissional.

SEMANA 3

Durante a terceira semana ainda percebo as crianças muito apegadas a professora regente e, começam a fazer comparações entre eu e ela. É notável meu nervosismo, embora eu busque sempre parecer tranqüila frente á elas.
Penso que com o tempo irei adquirindo maior confiança, pois, em alguns momentos em que entro no mundo da imaginação dos pequenos a aula flui melhor, porém, é muito difícil realizar este desprendimento todos os dias quando se tem convivência absoluta com adultos.
Quanto aos planejamentos, esta semana foi mais direcionada para linguagem e escrita, dialogando ainda com informática e matemática quando elaboramos um gráfico dos alimentos vendidos no circo, de acordo com a preferência da turma.
Posso destacar dois momentos mais relevantes na semana, durante duas contações de história. Na primeira eu utilizei um fantoche da Minnie, que não tinha relação com a mesma, mas usei sua imagem para ser a oradora do livro ‘Quem roubou a alegria do palhaço?’ Fiquei impressionada o quanto as crianças entram na historia e sentem-se parte dela, sempre que conversavam era com a Minnie (fantoche) e não comigo. Considerei este fato uma evidencia da construção na qual elas estão, do descobrimento e comparação da realidade e imaginário.
A segunda contação foi de uma poesia da Mulher Borracha, do livro Circo Mágico, utilizando o pandeiro para tocar na troca de páginas, notei que as crianças se divertiram neste momento.
Refletindo acerca dos relatos registrados da semana e relembrando dos momentos vividos percebi reflexos na minha prática pedagógica da interdisciplina Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem, que traz a concepção de que a contação deve ser realizada com propriedade do texto e entonação na voz,

Para contar uma história – seja qual for – é bom saber como se faz. Afinal, nela se descobrem palavras novas, se entra em contato com a música e com a sonoridade das frases, dos nomes... Se capta o ritmo, a cadência do conto, fluindo como uma canção... Ou se brinca com a melodia dos versos, com o acerto das rimas, com o jogo das palavras... (Fanny Abramovich)

A leitura na educação infantil intenciona o pós hora do conto, quando sentamos na roda para conversar sobre o texto e posteriormente realizar atividades concretas a partir dos textos, por este motivo este momento deve ser levado a serio e o educador deve compreender que

“Quando uma criança escuta, a história que se lhe conta penetra nela simplesmente, como história. Mas existe uma orelha detrás da orelha que conserva a significação do conto e o revela muito mais tarde”. (Fanny Abramovich)


Hoje percebo que inconscientemente resgatei as idéias da autora estudada na metade do curso de pedagogia e empreguei a minha prática, e que este exercício de retomar aos textos vem acrescentando a minha formação.

Referencia Bibliográfica
ABRAMOVICH, Fanny. CONTANDO HISTÓRIAS. Capítulo 1 do livro “Literatura Infantil: gostosuras e bobices

sábado, 9 de outubro de 2010

Semana da Criança

Esta semana de aula me apresentou 3 momentos importantes:
*Na comunidade de Morro Azul, presenciei o quanto o diálogo entre imaginação e realidade se fazem presentes na vida dos meus alunos, pois, é freqüente a associação de personagens das historias infantis com a vida real deles, demonstrando uma enorme naturalidade em se enxergar dragões, princesas, gnomos e etc. por onde passávamos.
Isso me remeteu a interdisciplina de Linguagem e Educação, mais precisamente ao texto de Thais Gurgel, que trata da importância dessas relações de imaginário com a realidade para o desenvolvimento infantil, pois “Ao construir narrativas, a criança brinca com a realidade e encontra um jeito
próprio de lidar com ela”.
É muito importante ainda que haja esse diálogo, pois é o momento em que a criança se põe no lugar dos personagens, e por estar no processo de formação e construção de seu pensamento, essa flexibilidade traz enriquecimento de experiências e melhor desenvolvimento da afetividade.
*O segundo momento relevante da semana, foi no passeio a Torres, quando as crianças conheceram a neblina, na qual chamamos de serração, comprovando a descrição acima. As crianças buscaram em sua bagagem o que mais próximo tinham de explicação e definiram serração como sendo a madeira quando é serrada, e então percebi um desequilíbrio neste momento, pois o que estavam vendo era uma ‘fumaça’ branca e fria.
*Terceiro momento foi na sala de aula, quando dei vazão ao diálogo das crianças quanto ao forte vento que estava acontecendo, questionei como o vento se formava e eles responderam que era o papai do céu que fazia, até que o diálogo mudou de rumo e chegou até a estrutura de um vulcão, notei o conflito da existência atual de vulcões ou não, alguns acreditam que existia apenas na era jurássica.
Este foi mais um momento em que minhas conclusões sobre a prática docente entraram em conflito, pois me vi desequilibrada quanto a resistência da aplicação de um Projeto de Aprendizagem na educação infantil, e ainda, que o norte do planejamento está absolutamente nos interesses dos alunos.
Não existe um método pra educar, mas talvez um momento de insight do educador, onde perceba de onde partir para aquela turma, aquele aluno, aquele momento. Portanto, tenho um desafio, estar aberta pra este insight.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

SEMANA 1 - 13 A 18 DE SETEMBRO

busquei elaborar um projeto que pudesse dar sentido para as crianças sobre o motivo de toda a movimentação que a Semana Farroupilha causa no Estado, buscando explicitar a historia, a origem da Guerra Farroupilha, e o orgulho gaucho que preserva ate hoje.
Penso que eu não poderia apenas ‘despejar’ as tradições gaucha, orgulho gaúcho, mostrar acessórios, etc. sem que isso tivesse um porquê, sem que as crianças soubessem de onde vem o estimulo de cultivar a tradição gaucha.
Sem experiência busquei na interdisciplina Representação do Mundo pelos Estudos Sociais subsídio para aproximar o tema escolhido a realidade das crianças, onde entendei que a forma mais apropriada seria desequilibrar as hipóteses construídas por elas apresentando o passado e o presente, para que se fizesse possível estar em contato com as mudanças e permanências que seguem com o tempo, visitando
‘museus e obras arquitetônicas de diferentes épocas, proporcionar a observação de objetos antigos, que representam documentos escritos de outros tempos, fotografias, a fim de que se possa trabalhar com a idéia de mudança/permanência de uma forma mais concreta e evidente e fazer com que as hipóteses iniciais entrem em contradição, para, através do conflito que se instaura, constituir um outro patamar de entendimento.’(Maria Aparecida Bergamaschi)
Além de ter sido um temática que possibilita a formação de um pequeno cidadão, pois foi um planejamento aberto, que se flexibilizou aos imprevistos e as necessidades e curiosidades das crianças, que apresentou características de uma sociedade, ainda busquei responder a todos os questionamentos na medida em que surgiam, este planejamento deixou as crianças muito próximas da historia e puderam construir suas aprendizagens participando das aulas e percebendo o contexto histórico na qual estão inseridos. O trabalho desta semana ainda contemplou o contato com a arte, cultura de um povo, língua materna, estimula ao desenvolvimento da coordenação motora através da dança, e ainda poderia ter abrangido questões sobre meio ambiente partindo da pertinência dos animais na cultura gaucha, função, etc. e ainda matemática através da construção de um gráfico simples, que não se fizeram possíveis devido ao curto tempo disponível.